A importância de dar estímulos à criança desde seu nascimento vem, cada dia mais, despertando a atenção para estudos e pesquisas. Muitas áreas estão atentas à importância do desenvolvimento da criança como, medicina, fonoaudiologia, psicologia, fisioterapia, pedagogia, educação musical, educação física, entre outras.
Estimular o bebê facilita seu desenvolvimento físico, motor, emocional e psicológico, e a criança responderá aos estímulos por meio de sua expressividade (sorriso, balbucio, choro, movimento de pernas e braços, ou qualquer outra reação). Esses estímulos devem ser globais, ou seja, devem trazer benefícios para a parte física, motora, emocional e psicológica da criança. (FILIPAK e ILARI, 2005)
Acreditando que a música é uma ferramenta importante para estimular a criança desde bebê e que as aulas de música proporcionam ao pequeno aluno condições de desenvolver a sensibilidade, criatividade, senso rítmico, ouvido musical, o prazer de ouvir música, a expressão corporal, imaginação, memória, atenção, concentração, autodisciplina, o respeito ao próximo, e que todos esses itens são necessários na formação de um indivíduo, torna-se fundamental desenvolver as aulas com crianças a partir de 04 meses de idade, onde os pais participando das aulas juntamente com seus filhos, acompanham o desenvolvimento, vivenciam e interagem com eles através das atividades musicais.
A música amplia no ser humano a sensibilidade, percepção, reflexão e imaginação. A vivência musical em família propicia às crianças e pais, sensação de bem-estar e felicidade, além de representar um momento de interação e afetividade único, pois durante a aula, os pais estão com a atenção voltada somente para seus filhos e as brincadeiras musicais são ricas devido à participação e socialização entre eles. Essa vivência musical estará registrada na memória da criança por toda a vida.
Outro benefício que as aulas de música trazem à família é a ampliação do repertório para os pais cantarem com seus filhos. Nas aulas são trabalhadas cantigas de roda, canções de ninar, canções infantis, brincadeiras musicais, ricas em ritmo, vocabulário, intervalos, trabalhando a linguagem musical de forma lúdica, onde as percepções auditiva, rítmica, motora, visual, são desenvolvidas a cada aula, respeitando cada fase da criança.
Para que as aulas aconteçam da forma desejada e os resultados esperados sejam alcançados, é necessário que o professor se prepare antecipadamente e esteja muito seguro para a realização das atividades. Planejamento, leituras e muito estudo, realizar as atividades a serem desenvolvidas em frente a um espelho (para pensar e visualizar a expressão) e também praticar as atividades (cantando, tocando, escolhendo qual timbre de instrumento será mais adequado para cada canção e de acordo com a idade da criança), é indispensável para quem deseja realizar um trabalho musical de qualidade.
Para cada idade existe um objetivo específico a ser desenvolvido, existe uma progressão, um avanço musical em todos os sentidos, na percepção melódica, rítmica, ouvido e memória musical, atenção, concentração, coordenação motora, expressão corporal, disciplina, imaginação, criatividade, cultivo da voz, manejo do aparelho fonador.
Os pais, em geral, ao iniciarem a aula de música com os filhos, realizam as atividades envergonhados, com uma postura de corpo um pouco rígida, inibidos ao cantar e tocar, porém pode-se observar que após algumas aulas, já orientados e estimulados em como proceder, como ser o incentivador de seus filhos, eles deixam florescer a criança que existe dentro de si e também se divertem com as aulas.
Ao analisar as crianças desde o momento em que entram nas aulas de musicalização com seus pais, até o momento em que estão aptas a escolher um instrumento específico e poder sentir o quanto a música contribuiu para o seu desenvolvimento é realmente encantador, comovente e motivador.
Tendo em vista os inúmeros benefícios e a importância das aulas de música, o objetivo deste trabalho é apresentar as aulas de Musicalização Infantil mostrando a importância dos pais participarem com seus filhos, resgatando cantigas de roda, canções de ninar, canções infantis, elaborando um repertório de qualidade musical e enunciando os benefícios afetivos, cognitivos, a sensação de bem-estar e felicidade que essa relação traz à criança.
Capítulo 1: Musicalização Infantil
Como conceito preliminar, musicalizar implica em desenvolver o senso musical das crianças, bem como sua sensibilidade, expressão, ritmo e “ouvido musical”. Significa, portanto, inseri-la no mundo da música, dos sons e do silêncio. De acordo com Brito (2003), a musicalização como processo visa fazer com que a criança se torne um ouvinte sensível ampliando seu universo sonoro.
Segundo Nunes (2010), a criança começa a se desenvolver e receber estímulos musicais desde a barriga da mãe e a audição é o primeiro sentido a ser desenvolvido durante a gravidez. O feto começa a ouvir os primeiros ruídos a partir dos quatro meses de gestação.
Conforme Stahlschmidt (2002), a voz da mamãe, o batimento cardíaco, a respiração, são os primeiros sons que o embrião tem contato, sendo a voz, o principal som que ele ouve e memoriza. Dessa forma, podemos perceber como é importante a mamãe gestante cantar para o bebê que vem vindo.
Ao nascer, o bebê é acalentado com canções de ninar, visto que os pais têm o hábito de cantar para os bebês dormirem. E em vários momentos da rotina da criança, os pais, principalmente a mãe por estar mais tempo com a criança, cantam para ela, seja na hora do banho, na hora de amamentar ou ao distraí-la. Canções repletas de gestos e ritmos são apresentadas às crianças da maneira como os pais conhecem e sabem.
São muitos os benefícios que a música traz para a criança, contribuindo para o desenvolvimento neurológico, afetivo e motor dela. As aulas de música proporcionam condições para desenvolver a sensibilidade, senso rítmico, ouvido musical, expressão corporal, imaginação, memória, atenção, sensação de bem-estar e felicidade, sociabilidade, entre outros. (BRITO, 2003)
Considerando que a Musicalização Infantil é muito importante no desenvolvimento dos bebês, especialmente no que diz respeito ao resgate das canções infantis e, que pais e crianças educados musicalmente serão bons ouvintes e apreciadores musicais no futuro, este trabalho tem como objetivo pesquisar e refletir sobre a importância das cantigas de roda, canções de ninar, brincadeiras, canções infantis em família desde o nascimento do bebê, e como a aula de música pode contribuir para a afetividade entre pais e filhos, demonstrando a importância da participação dos pais nas aulas, juntamente com estes, através de experiências nas aulas de Musicalização Infantil na Escola de Música Momento Musical, em Piracicaba, São Paulo.
Capítulo 2: Educação Musical em família
Segundo Mariano (2015), muitas pesquisas acerca do desenvolvimento musical na vida do ser humano foram desenvolvidas ao longo dos séculos. Essa preocupação e atenção ganharam maior destaque a partir do século XX, principalmente com o surgimento tecnológico no campo da neurociência. A autora destaca Trevarthen e sua Teoria da Intersubjetividade inata, que exprimi a capacidade inata de um bebê realizar troca de sentimentos, interesses e intenções com outras pessoas, ou seja, o recém-nascido possui os recursos internos prontos para serem utilizados na comunicação, socialização, relacionamento e convivência com outras pessoas. E que as primeiras interações acontecem durante a gestação, por exemplo, quando a mãe canta para o bebê. A musicalidade presente nos bebês facilita o relacionamento social e as brincadeiras musicais, canções, gestos são recursos que auxiliam nessa relação. Assim, quando são usadas as brincadeiras e os jogos musicais com os bebês, onde os elementos musicais como pulso, ritmo, altura do som, melodia estão presentes, acontece comunicação.
A autora ainda destaca Edwin Gordon, pesquisador norte-americano, autor de importantes trabalhos no domínio da Psicologia da Música e Pedagogia Musical, ele compôs sua teoria através de testes realizados e observação do comportamento musical com crianças, avaliando os estágios do desenvolvimento das competências musicais desde os bebês recém-nascidos. Essas descrições são encontradas em seus livros: Teoria da Aprendizagem Musical: Competências, conteúdos e padrões e Teoria de Aprendizagem musical para recém-nascidos e criança em idade escolar. Para Gordon, conforme Mariano (2015), a criança nasce com certa aptidão musical que será desenvolvida com mais ou menos intensidade de acordo com os estímulos que receberá, com as vivências que terá e de acordo com o ambiente que estará exposta. Os pais são os primeiros responsáveis por esse desenvolvimento musical, devendo estimular as crianças a usarem a voz cantada na mesma medida em que usam a voz falada e a melhor forma é cantando para seus filhos, pois após 1 ano e meio a criança estará mais preocupada na aquisição da língua. Portanto, é ideal que ela tenha contato com a música antes dessa idade. Para ele, o papel dos pais e da família na vida musical das crianças é significativo e a interatividade ao cantar, brincar com música, ouvir música junto com seus filhos é fundamental. E continua frisando sobre a importância das canções de ninar e do vínculo entre mãe e bebê, pois a mãe, cantando para o bebê, consegue sua atenção por muito mais tempo do que falando com ele. O bebê deve ser introduzido ao mundo musical desde os primeiros meses de vida até 1 ano e meio, visto que nesse período ele irá absorver tudo o que ouve e aos poucos se apropriar de toda a estrutura musical e seus padrões melódicos e rítmicos presentes em pequenas canções ou até complexas sinfonias. Sempre frisando que esse processo só acontece através da experiência musical e antecede a teorização.
Segundo Filipak e Ilari (2005), os bebês na fase dos 18 meses aos 3 anos vivenciam diariamente inúmeras descobertas e experiências novas, seja o falar, o andar, ou o tatear. Estimular o bebê é muito importante para auxiliar em seu desenvolvimento físico, motor, emocional e psicológico. Os estímulos devem ser gerais, e a criança responderá a eles por meio de um sorriso, um balbucio, um movimento, o choro, ou alguma outra reação. O bebê também expressa as suas necessidades, como estar com fome, com sono ou dor e as mães conseguem distinguir o choro de fome do choro de dor. A partir deste momento começa a se estabelecer uma comunicação entre mãe e filho. Esta comunicação é uma linguagem com perguntas e respostas, assim como qualquer outra linguagem. Durante esse diálogo acontece uma troca de estímulo e prazer.
A criança ao se manifestar espera uma resposta, e os pais precisam estar atentos para perceber e responder a esta necessidade com o propósito de desenvolver os sentidos da criança, dando oportunidade para que ela se expresse, representando assim a etapa inicial para o desenvolvimento da linguagem, e o início para a música. Os pais devem estar atentos a todo e qualquer som emitido por seu filho, respondendo ou imitando-o, pois essa brincadeira de perguntas e respostas faz parte da comunicação diária e é dessa forma que os bebês vão sendo introduzidos e conhecendo o enorme mundo sonoro. Se os pais estiverem atentos a essa comunicação, com certeza a linguagem musical se estabelecerá com mais solidez, o que reforçará cada vez mais a interação entre pais e filhos.
Conforme Filipak e Ilari (2005), ao cantarem para seus filhos, os pais geralmente percebem que eles correspondem ao estímulo musical por meio de sorrisos e movimentos e que regularmente tornam-se serenos. Isso acontece porque a música promove essa interação e comunicação entre pais e filhos. A mãe quando canta para o bebê além de expressar sua emoção pode indicar ações. Habitualmente as mães cantam em dois estilos diferentes, as canções de brincar e as canções de ninar. As canções de ninar acalmam, e são entoadas para manter o bebê tranquilo e as canções de brincar despertam, e são entoadas para manter o bebê esperto, assim, os bebês ao ouvirem as canções respondem ao estímulo que lhes é proposto.
Além dos benefícios de desenvolvimento físico, psicológico e emocional, a música também ajuda a regular o estresse infantil, e auxilia na recuperação de crianças enfermas e prematuras. Por estas as razões, analisar a influência da música no dia a dia de mães e bebês é de extrema importância. Através da música e das atividades musicais dirigidas para mães e filhos, pode-se consolidar o relacionamento entre eles. A educação musical na infância ajuda a melhorar a maneira com que as mães irão utilizar a música em casa.
Mariano (2015) descreve que os sons, a entonação vocal, e os gestos são os princípios da comunicação do ser humano, e estão estritamente ligados à música. Por meio de canções entoadas aos bebês suscita o acolhimento, a demonstração de afetos, estabelecendo vínculos positivos que são essenciais para o desenvolvimento psicológico e social do bebê.
Capítulo 3: OS PAIS E AS CRIANÇAS NA AULA DE MÚSICA: Vivência com pais e crianças na Escola de Música Momento Musical em Piracicaba – SP.
Criar um ambiente favorável para a relação família/criança é a proposta das aulas de música na Escola de Música Momento Musical. O resgate de cantigas de ninar, canções infantis e cantigas de roda fomenta as atividades realizadas nas aulas. Faz parte do planejamento das aulas, atividades que promovem o acolhimento, a socialização, as brincadeiras com os pais e crianças, o relaxamento com momentos de carinho. Nas atividades planejadas são usadas histórias musicadas, marchas, rodas, parlendas, trabalhadas com diversidade de materiais, instrumentos de percussão infantis, que encantam com sons e cores distintas.
As aulas iniciam com uma caixa de brinquedos onde pais e crianças exploram da maneira que desejarem. A seguir, uma canção convida as crianças para guardarem os brinquedos, e representa um momento que os adultos ensinam as crianças guardar seus brinquedos sem falar nada, apenas cantando. A aula prossegue com canção de acolhimento, onde a criança se sente amada e única. Continuando vem a “Hora do canto” onde é introduzido um canto novo; Canções para acompanhar com movimento sem locomoção; Canções para acompanhar com movimento de locomoção; Parlendas – rimas – brincadeiras musicais; Marcha – dança – roda; Relaxamento e estiramento; Conjunto de percussão e Canto de despedida. Esse modelo de planejamento de aula segue até a criança completar dois anos. De acordo com Feres (1998), as aulas de música nessa fase de idade ensina a criança a respeitar regras e conhecer seus limites; proporciona um repertório para os pais cantarem com os filhos; estimula o canto e a fala; proporciona à criança um ambiente onde ela terá liberdade para criar; estimula maior ligação entre pais e filhos; além de desenvolver a percepção auditiva, musicalidade, sensibilidade e senso rítmico. Estimulando a disciplina, a criança consequentemente terá mais atenção, concentração e raciocínio.
A partir de dois anos, as aulas de música devem levar a criança a desenvolver a percepção sonora; a capacidade de discriminar, identificar e classificar sons; a capacidade de concentração, atenção e raciocínio; as relações temporais e espaciais e desenvolver habilidades motoras grandes e pequenas (FERES, 1989).
As atividades desenvolvidas para essa idade têm como objetivo principal desenvolver a percepção auditiva, psicomotricidade, percepção de tempo e espaço, além de resgatar um patrimônio cultural ao trabalhar canções populares, folclóricas, parlendas e danças.
Ao completarem três anos, as crianças ficam sozinhas nas aulas de música, porém os pais já possuem um vasto repertório e brincadeiras musicais para prosseguir cantando e brincando em casa.
A partir dos quatro anos de idade se inicia, segundo Feres (1989), o período intuitivo e apresentação de símbolos. Os objetivos da aula de música nessa idade é fazer a criança observar, discriminar, comparar, classificar, identificar e generalizar o som, conforme seu contato com o mundo sonoro; levar a criança a se expressar com liberdade toda a riqueza do seu mundo interior; desenvolver a percepção auditiva, o cultivo da voz; domínio do aparelho fonador; percepção rítmica; expressão corporal; manejo de instrumentos musicais; desenvolver a sensibilidade musical, imaginação, pensamento abstrato, criatividade, sociabilidade e respeito ao próximo; estimular a autodisciplina e como consequência a atenção, concentração e raciocínio.
Após o período intuitivo e apresentação de símbolos, o objetivo da aula de música na Escola Momento Musical é preparar a criança para o estudo de um instrumento. Para Feres (1989), a criança deve ser preparada para o estudo de um instrumento musical no ponto de vista afetivo, físico e intelectual: a) Afetivo: preparar a criança para expressar-se cantando, tocando, movimentando-se e criando, e ainda, sentindo o som do mundo que a rodeia e do seu próprio corpo. b) Físico: preparar a criança para conseguir relaxar e estirar; fazer exercícios respiratórios; ter coordenação viso-motora, noções de lateralidade e psicomotricidade suficientes para o estudo do instrumento escolhido. c) Intelectual: preparar a criança para ler melodias simples (tanto melódica quanto rítmica), ter conhecimento de noções básicas da teoria musical (pauta, claves, figuras musicais, notas musicais, entre outros); conhecer os principais instrumentos musicais.
Como metodologia, uma pesquisa experimental (coleta, levantamento e organização dos dados) foi realizada, através de observação dos pais e crianças na aula de música e um questionário foi elaborado e enviado aos pais. O objetivo foi estudar profundamente a relação entre pais e filhos, vivenciando juntos por um determinado período as aulas de música e analisar as contribuições que essas aulas podem trazer para a família.
O estudo de caso teve início na observação da participação dos pais e crianças em aula, na necessidade de orientação de como proceder com seus filhos nas diversas atividades, qual atitude tomar ao se deparar com a teimosia, manha, choro, quando a criança não quer dividir a atenção ou mesmo o instrumento usado em aula, como brincar, tocar e cantar para a criança. Posteriormente, descrever e analisar o processo musical, o desenvolvimento musical da criança, a relação das crianças com os pais e a formação continuada da música desde bebês.
A pesquisa foi desenvolvida com crianças a partir de 04 meses, desde 2016, intensificando a partir de maio de 2018. O compromisso da pesquisadora, enquanto professora de musicalização infantil, com a qualidade do trabalho musical com bebês e crianças pequenas, foi o que fomentou sua vontade em contribuir com outros profissionais através dessa pesquisa.
A seleção constou com crianças de quatro meses a seis anos, totalizando onze crianças , na qual os pais participam ou participaram das aulas, visto que ao completarem 03 anos, as crianças começam a frequentar as aulas sem a presença destes. Um questionário foi elaborado e enviado para vinte e dois pais e mães, entretanto, 15 responderam. São 9 pais que frequentam as aulas com seus filhos (menores de 3 anos) e 6 pais que não frequentam mais (participaram até as crianças completarem 3 anos). Algumas crianças frequentam as aulas desde 2016 e outras, há 6 meses.
Ao perguntar, no questionário, como seu filho reage ao participar da aula de música, as respostas, em geral, foram que as crianças reagem com alegria, satisfação, muita animação, entusiasmo, com prazer, com atenção, interagem com tudo (brinquedos, materiais, instrumentos) e com todos (amiguinhos, professora, pais), ama tudo o que é proposto. Voltam para casa contando a atividade realizada no dia (crianças maiores de 03 anos). Cantam as músicas e falam sobre os instrumentos utilizados.
Questionando por que é importante os pais participarem da aula de música com seus filhos, responderam que a música proporciona uma aproximação entre eles, melhorando a relação interpessoal e assim, criam-se memórias afetivas na criança. Existe um vínculo diferente durante a aula, na correria da vida diária, nem sempre conseguem dar atenção aos pequenos e naquele momento esquecem os problemas, os compromissos, e apenas vivenciam intensamente o estar junto aos filhos. É um momento dos pais demonstrarem a importância de adquirir um conhecimento, que irá desenvolver o intelecto da criança e contribuir com seu crescimento pessoal, reforçando as atividades em casa. A construção do aprendizado se dá também pelo carinho, pela confiança e pelo amor, quando a criança sente que ao lado dela está a pessoa em quem ela pode confiar, além de todos os benefícios que as aulas de música trazem tornando mais forte esse contato, dando a oportunidade de ampliar e reforçar o vínculo afetivo existente entre pais e filhos. É um momento diferente na rotina da semana, com descontração, muita interação e afeto entre pais e filhos e também com outros pais e crianças, que ficará na memória afetiva delas. Ótima oportunidade de contato com a criança em uma atividade prazerosa para ambas as partes. É um momento não só dela, como também de toda a família. Momento este de aprendizado, entretenimento, fortalecimento dos vínculos das crianças/bebês com outras pessoas, incluindo os vínculos familiares com seus pais.
Segundo Filipak e Ilari (2005), ao cantar ou fazer música com seus filhos, os pais sempre percebem que as crianças respondem com sorrisos e movimentos, e que, geralmente, ficam tranquilas. Observando esta interação, pode-se assegurar que a música é uma ferramenta muito importante na comunicação entre pais e crianças.
Ao indagar se eles têm o hábito de cantar para os filhos e como as crianças reagem, todos responderam que sempre cantam para eles. Alguns pais cantam desde a gestação. As reações são de alegria, sorrisos, as crianças menores balbuciam, as maiores cantam junto, pedem para cantar novamente, dançam, ficam calmos, prestam atenção, completam as frases e se divertem.
Os pais acreditam que a aula de música traz muitos benefícios como momentos de entretenimento em família, lazer e felicidade, descontração e tranquilidade, aumento dos vínculos familiares e laços afetivos, oportunidade de conhecer melhor a criança e acompanhar seu desenvolvimento, harmonia, aumento na interação pais e filhos, disciplina, momentos de alegria e muita brincadeira, união e memórias afetivas, integração e amizade com amigos, professora e pais.
Os pais reconhecem que a música contribui para o aumento dos laços afetivos porque é uma atividade realizada em família e que todos se divertem, aumentando a afeição entre eles. As músicas cantadas junto com a família poderão ser lembradas sempre pela criança, além do momento de cantar junto ser especial e estabelecer um contato próximo, além de ser uma forma de trabalhar as emoções e acalmar. Hoje, em uma era em que todos estão conectados ao celular, a aula de música é um momento de curtirmos a família e esquecer o aparelho móvel e dessa forma aproximar pais e filhos. A música também é um meio de comunicação entre pais e filhos trazendo alegria, união e divertimento, momento só da família e da criança, dedicação integral para ela.
Todos os pais colocam músicas para as crianças ouvirem em casa, com bastante variedade de estilos e ritmos, como canções infantis, cantigas de roda, música clássica e instrumental, samba, sertanejo, rock nacional e internacional, MPB, POP nacional e internacional, rock (gravado em versões para bebês).
Para Filipak e Ilari (2005), não importa a profundidade de conhecimento musical da mãe (neste caso, dos pais), mesmo que intuitivamente, haverá interação com seu filho, assim como haverá reações. As interações e reações são de suma importância no desenvolvimento e no fortalecimento da relação pais-criança. O estímulo acontece para ambos, além de fortalecer a identidade de um ao outro.
Os pais, ao serem indagados sobre quais os benefícios a aula de música traz para seus filhos, as respostas foram: socialização, disciplina, atenção, concentração, criatividade, fala, confiança, interação, integração, coordenação motora, ritmo, respeito, raciocínio e memória.
Sobre a participação dos pais na aula de música, relataram que as aulas representam um aprendizado para o adulto também, pois aumenta o repertório de música de qualidade a ser cantada para crianças. Observando como a criança reage positivamente às novidades que vê na aula, o adulto consegue ter como exemplo para perseverar nas conquistas que deseja e na maneira como enxerga a vida. Acompanhar o desenvolvimento da criança faz com que analisem e percebam a evolução dela e o quanto a música pode ajudar no contato pais e filhos. Ensina como possibilitar estímulos com seu filho e faz perceber o quão importante é estar presente e dispensar um tempo juntos para brincar, cantar, integrar, para fortalecer o vínculo familiar, demonstrando à criança o apoio que sempre terá dos pais. Ensina a valorização dos momentos em família e possibilidade de aplicar uma atividade divertida para ambos nos momentos fora da aula, por exemplo, quando se está andando de carro. Ajuda a resgatar brincadeiras e músicas que o adulto cantava na infância, a aprender novas cantigas, notas musicais, ritmo, coreografias, tocando e cantando juntos. Auxilia a conhecer melhor a criança e tentar entender o que se passa em sua mente.
De acordo com Filipak e Ilari (2005), estabelecida essa comunicação através da música, que pode ser considerada inteiramente instintiva, constitui-se pouco a pouco uma brincadeira entre pais/mães e filhos, criando assim, um laço afetivo.
Ao final, foi solicitado que os pais relatassem algo interessante que aconteceu em casa após uma aula de música. E as respostas foram extremamente interessantes e variadas:
“Muitas vezes após a aula, a Ana Laura, reunia todas as bonecas em um círculo, pegava o violão de brinquedo e reproduzia a aula, até mesmo inventando novas músicas” (mãe da Ana Laura – iniciou aos 02 anos, está com 04 anos).
“Certo dia, o meu filho depois de meses de aula e já com a fala desenvolvida, decorou algumas das músicas que aprendeu na aula. Assim, ele pegou o seu violãozinho de brinquedo, cantou e tocou uma destas músicas, do mesmo modo efusivo que esta é reproduzida em aula, gerando um momento de riso e descontração por mim e pela mãe dele, pelo modo que ele fez e pelo ato inesperado para aquele dado momento” (pais do Leonardo – iniciou aos 10 meses, está com 02 anos e 10 meses).
“Um momento interessante foi logo após as primeiras aulas, ao chegar em casa, ele pegou um violão de brinquedo e começou a tocar e cantar uma das músicas que ouvia todas as aulas e pediu para gravar e mostrar para a tia Ivete. Ele cantou direitinho e afinado” (mãe do Frederico – iniciou com 02 anos, está com 05 anos).
“Meu filho sempre foi um pouco tímido e um determinado dia, tendo várias pessoas em casa, ele pegou sua bateria seu microfone e começou tocar. Ele cantava alto as músicas que havia aprendido na aula de música, deixando todos os que estavam em casa de boca aberta, pois não parecia a mesma criança que ali estava antes” (mãe do Guilherme – iniciou com 02 anos e cinco meses, está com 06 anos).
“Ele imitou os sons dos animais quando estava brincando com uns animaizinhos de brinquedo que ele tem. Eu acho legal que ele também sabe a sequência de algumas músicas, por exemplo, se eu canto com ele a música do pedalinho, assim que eu termino, ele já fala estrela” (mãe do Isaac – iniciou com 08 meses, está com 01 ano e 8 meses).
“Desde o início, observamos que ela trazia o que aprendia na aula e, também, nas apresentações: sempre que canta, agradece, fazendo o movimento com a cabeça. Faz os sons das músicas, e já tentava mesmo quando era ainda difícil para ela: “cavalinho faz assim (…), a pipoca estoura assim…(…)”. Nos últimos meses, canta a maior parte das música, nos ensina e repete os gestos feito pelas professora; ela faz o “carinho da tia Ivete” com as bonecas, depois de ter cantado a música “(…) que bom que você veio gosto muito de você (pais da Olívia D. – iniciou com 08 meses, está com 02 anos e 10 meses).
“De uma maneira geral é interessante observar no decorrer dos dias a nossa filha repetindo as danças e cantigas que realiza na sala de aula” (pais da Olívia M. – iniciou com um ano, está com 02 anos).
“O meu filho se empolga tanto com as aulas que ele chega em casa e quer ensinar o que ele aprendeu em aula (aí viramos os alunos e ele o professor), hoje além da musicalização infantil ele também faz aula de bateria, só tenho que agradecer a Professora Ivete por tanto carinho e dedicação” (mãe do Otávio – iniciou com 01 ano e 6 meses, está com 05 anos).
“O principal interesse dela, atualmente, acredito que bem influenciada pelas aulas de música, é ouvir o som que as coisas fazem (adora bater nas coisas, ou bater as coisas umas nas outras para ouvir o barulho)” (pais da Mariana – iniciou com 04 meses e está com 08 meses).
“Minha filha sempre sai da aula de música contando o que aconteceu. Sempre canta as músicas que aprendeu ou nos mostra como aprendeu a tocar a flauta. Quer que cantemos junto com ela. Tenho uma filha que mora em Curitiba, então ela sempre diz: mamãe, grava eu cantando pra Camila ver. Ao final da apresentação dela no Dia do Músico, quando chegou em casa disse: “eu nem chorei com o barulho…já sou grande” (mãe da Alice – iniciou com 02 anos, está com 04 anos)”.
“No início desse ano, como parte da musicalização infantil, a Tia Ivete introduziu a flauta doce. Após a primeira aula, onde foi ensinado como se deve assoprar a flauta, usando somente as pontas dos lábios, ao chegar em casa, Lucas pegou sua flauta e repetiu todos os ensinamentos da aula, me ensinando como se deve fazer o sopro e representando em sua flauta a maneira correta e incorreta de assoprar” (mãe do Lucas – iniciou com 01 ano e seis meses – está com 04 anos).
O uso da música com bebês tem despertado interesse em muitos pesquisadores e, de acordo com Filipak e Ilari (2005), o que se tem descoberto é que além de todos os benefícios de desenvolvimento físico, psicológico e emocional, a música tem grande influência na regularização do estresse infantil, auxiliando na recuperação de crianças enfermas e prematuras.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A música é uma importante ferramenta para o elo afetivo entre pais e filhos, além de contribuir para a formação integral da criança, pois através dela, a criança se expressa e cria. Um bebê está sempre alerta aos movimentos e sons que o cercam e mostra-se mais interessado e atento ao canto dirigido a ele do que à fala.
Observa-se que todas as crianças ao participar da aula de música reagem com alegria, satisfação, animação, entusiasmo, atenção e acontece uma comunicação agradável e uma interação surpreendente entre pais e filhos, professora e amigos. O prazer de ouvir e fazer música são nitidamente notados.
A presença de gestos que auxiliam na comunicação, a forma de entoar os cantos, as cantigas de roda, as canções de ninar, as brincadeiras musicais são vivenciadas pelas crianças e pais, que levam para a casa toda a riqueza de brincar, cantar e se divertir em família.
A aula é pensada e planejada para desenvolver habilidades e percepções, algumas músicas despertam a atenção, outras acalmam a criança.
Pais e mães revelaram que cantam diariamente para seus filhos em diversas atividades, até mesmo no carro. Os bebês e crianças respondem atentos às canções mostrando-se interessados na música e demonstram suas preferências musicais através de sua expressividade. Ao cantar para seus filhos, os pais transmitem emoções e mensagens que ficarão registradas em suas memórias para sempre.
Portanto, as aulas de música trazem inúmeros benefícios às crianças, incentivando seu desenvolvimento nos aspectos cognitivos, linguísticos e sócio-afetivos e, concomitantemente, proporcionando a aquisição de novos conhecimentos, além de auxiliar e aumentar a relação afeitiva entre pais e filhos e o repertório musical. Nas aulas, as crianças têm contato com a música através de cantigas próprias para a idade e que trazem um vasto e rico conteúdo melódico e rítmico; histórias musicadas; instrumentos que emitem vários timbres sonoros; dança e expressão corporal; atividades variadas para trabalhar a coordenação motora, atenção, percepção auditiva, memória, concentração, que vão se modificando no decorrer do curso de acordo com cada faixa etária e turma.
Não é porque estamos de quarentena que vamos abandonar os nossos amados instrumentos, não é?
Em compromisso com cada um de nossos alunos, a Escola de Música Momento Musical continua oferecendo todas as aulas normalmente através dos nossos canais online - e tem sido um sucesso!
Através de chamadas de vídeo, os alunos aprendem violão, viola caipira, violino, guitarra, baixo, piano, teclado, ukulele, canto ... todo o universo de ensino da Escola de Música Momento Musical em Piraciaba.
Dos mais jovens aos mais velhos, todos os alunos podem aprender online sem precisar abandonar a quarentena, dá uma olhada:
Nosso aluno, Jarian Freitag, em seu estudo de piano:
A música, como integrante do grupo das artes, é uma forma de expressão natural do ser humano, e a partir dela podemos demonstrar emoções, afeto, sensações e resgatar lembranças. Sua capacidade de produzir subjetividades nos permite caminhar por territórios inexplorados, sendo uma ferramenta promotora de autoconhecimento, reflexão e estímulo do convívio social.
Já era de conhecimento de grandes filósofos gregos como Pitágoras, Aristóteles e Platão, de que a música afeta positivamente a saúde e o bem-estar, e na própria mitologia grega, o deus Apolo era considerado o senhor da música, ao tocar sua lira para curar os enfermos. Contudo, somente em 1944 que a música, como forma de terapia, foi reconhecida como ciência e profissionalizada, na Universidade Estadual de Michigan, após diversos resultados positivos com concertos de músicos dentro de hospitais de campanha durante a Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945).
Apesar de no cérebro humano ainda não ter sido identificado um centro musical, é provável que a música estimule uma atividade conjunta dos dois hemisférios, sendo a apreciação melódica e rítmica estimuladora do córtex frontal, este, responsável também pelo arquivamento de memórias, refletindo em melhora no grau de aprendizagem e retenção de informações por parte do indivíduo.
Níveis intensos de estresse e ansiedade reduzem o nível circulante de serotonina, neurotransmissor envolvido na comunicação entre neurônios, diminuindo a atividade cerebral. A música exerce efeito estimulante nas células cerebrais, aumentando o nível de serotonina, melhorando assim a disposição e o humor. Também estimula a liberação de endorfinas, hormônio conhecido por aumentar a sensação de bem estar e prazer.
Segundo Sekeff (2007), a música é um recurso de desenvolvimento pessoal, equilíbrio e integração do indivíduo ao meio que ele vive. Por despertar sentimento de empatia, afetividade e contribuir para a forma que o indivíduo percebe o mundo que o cerca, a música pode ser capaz de remover barreiras, resistências e melhorar a comunicação, sendo um componente significativo de mudanças individuais e coletivas.
Por fim, o contato com a música exerce efeitos poderosos de reconhecimento da realidade em que vivemos, aumentando o desejo em transformar o contexto em que estamos inseridos, de forma individual ou coletiva.
Leandro Luiz Cunha Machado
Referências:
AREIAS, J. C. A música, a saúde e o bem estar. Revista de Pediatria do Centro Hospitalar do Porto, v. 25, n 1, 2016.
BATISTA, N. S; RIBEIRO, M. C. O uso da música como recurso terapêutico em saúde mental. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, v. 27, n. 3. p. 336-341, 2016.MACDONALD, R. A. R. Music, health, and well being: a review. International Journal of Qualitative Studies on Health and Well-being, v. 8, n. 1, 2013.
MATOSO, L. M. L; OLIVEIRA, A. M. B. O efeito da música na saúde humana: base e evidências científicas. Ciência & Desenvolvimento – Revista Eletrônica da FAINOR, Vitória da Conquista, v. 10, n. 2, p. 76-98, 2017.
SEKEFF, M. L. Da música, seus usos e recursos. São Paulo: UNESP, 2007.
É uma técnica que busca minimizar o esforço vocal ampliando a capacidade sonora do cantor. O Belting Contemporâneo parte da voz falada para a voz cantada, usando o conhecimento sobre toda a musculatura do aparelho fonador e aplicando nas diferentes nuances da música. É uma técnica muito utilizada no teatro musical.
Além do professor Bruno Razera, agora a nossa escola também conta com a professora Mery Hellize Pereira, para compartilharem com os alunos da Momento Musical todo o seu conhecimento em Belting Contemporâneo.
A professora Mery Hellize iniciou sua carreira profissional aos 12 anos, cantando na banda de seu pai. Em 2003, foi membro da Banda Themplus. Há 4 anos, descobriu a paixão pelo blues. Em 2019, iniciou seus estudos sobre Belting Contemporâneo no Studio Marconi Araújo, e hoje em Junho de 2020 ingressa na nossa escola com toda sua bagagem vocal.
É uma grande alegria para a Momento Musical ter profissionais dedicados para compartilhar conhecimento com todos os nossos alunos e auxiliar no nosso desenvolvimento.
Agende sua aula experimental!
Observando a desenvolvimento da sociedade ao longo de toda história da humanidade, é possível perceber uma íntima conexão entre a música e a maneira que nós desenvolvemos com seres sociais. A música, assim como toda expressão artística, parece ser uma das ações básicas dos seres humanos, presente em todas as culturas desde a antiguidade.
A música foi definida pelas antigas civilizações como “o som organizado inteligentemente com harmonia, produzindo uma força tangível, que pode ser aplicada com o fim de criar uma mudança”. Vivemos em uma Era moderna cada vez mais conectada, que proporciona uma enxurrada de quantidade e variedade de estilos e produções musicais. Quando as ouvimos, estamos realmente cientes do seu significado e implicações que podem causar? Podemos admitir que a música, do ponto de vista físico, com suas vibrações e frequências delicadamente organizadas, tem a capacidade de produzir uma força que age sobre o mundo a sua volta?
Albert Einstein é reconhecido como um dos homens mais inteligentes que já viveram. Um fato pouco conhecido sobre sua juventude é que seus professores o consideravam extremamente improdutivo na escola e que seria um desperdício de recursos investir tempo e energia em sua educação. Seus pais não achavam que Albert fosse "estúpido” e compraram-lhe um violino o que despertou sua curiosidade e início na educação musical. O próprio Einstein considerou que o estudo da música e improvisações no violino foram a chave que o ajudou a desenvolver as famosas equações, que o levaram a ser considerado uma das mentes mais brilhantes da humanidade.
Respostas à Música
Amplamente discutido e documentado cientificamente que a música é capaz de influenciar os seres vivos (animais, plantas, bactérias, etc). Nós serem humanos é difícil encontrar uma única fração do corpo que não sofra esta influência. As raízes dos nervos auditivos possuem conexões mais extensas que as de quaisquer outros nervos do corpo (fato que pode ter profunda significação interior). Em geral esses efeitos são instantâneos e duradouros e essas respostas podem ser observadas por exemplo na digestão, secreções internas, frequência cardiorrespiratória, circulação sanguínea e sensibilidade das redes neurais aos princípios harmônicos.
As respostas à música são fáceis de serem detectadas no corpo humano. A música clássica faz com que o batimento cardíaco e a pulsação relaxem ao ritmo da música. À medida que o corpo fica relaxado e alerta, a mente é capaz de se concentrar mais facilmente aumentando a capacidade de aprender. Além disso, diminui a pressão sanguínea, também afeta a resistência elétrica da pele, a contração e dilatação das pupilas, afeta a amplitude e a frequência das ondas cerebrais, que podem ser medidas por exame de eletroencefalograma.
Acredita-se que a música conecte todos os elementos emocionais, espirituais e físicos do universo. Desta forma a música é uma ferramenta poderosa: pode ser usada para alterar o humor de uma pessoa ou influenciar o “ânimo” de toda a plateia fortalecendo ou enfraquecendo emoções em um evento específico, como por exemplo durante práticas liturgistas, reuniões familiares, shows, etc.
As pessoas percebem e respondem à música de maneiras diferentes. O nível de musicalidade do intérprete e do ouvinte, bem como a maneira pela qual uma obra é executada, afeta a "experiência" da música. Um músico experiente e talentoso pode ouvir e sentir uma peça musical de uma maneira totalmente diferente de um iniciante ou não músico. É por isso que dois relatos da mesma peça de música podem se contradizer.
Não é possível provar que duas pessoas podem sentir exatamente a mesma coisa ao ouvir uma peça musical. Por exemplo, os primeiros missionários da África achavam que os nativos tinham um ritmo ruim. Os missionários disseram que, quando eles tocavam os tambores, parecia que eles não estavam batendo corretamente. No entanto, mais tarde foi descoberto que estavam executando batidas polirrítmicas complexas, como 2 contra 3, 3 contra 4 e 2 contra 3 e 5, etc. Essas batidas eram muito avançadas para os missionários seguirem.
O ritmo também é um aspecto importante da música para estudar quando se observa respostas à música. Existem duas respostas ao ritmo: audição real do ritmo e resposta física ao ritmo. O ritmo organiza os movimentos físicos e está muito relacionado ao corpo humano. Por exemplo, o corpo contém ritmos no batimento cardíaco, enquanto caminha, durante a respiração, etc. Um exemplo de como o ritmo ordena o movimento é um garoto autista que não conseguia amarrar os sapatos, porém foi capaz de realizar esta atividade motora quando foi colocada uma música - o ritmo ajudou-o a organizar seus movimentos físicos no tempo do compasso musical.
Extrapolando os efeitos da música sobre a vida de outros seres vivos, diversos estudos sugerem que a música também tem forte influência em seus desenvolvimentos e comportamentos. Em experimentos realizados em laboratórios, animais cobaias tem uma certa preferência em determinados tipos de composições musicais do que outras, e os cientistas concluíram que apesar dos animais não compreenderem a música da mesma forma que os humanos, a relacionavam com o estímulo do prazer que sentiam. Outros estudos certificaram que determinados tipos de música podem induzir as galinhas a botar mais ovos e vacas produzirem mais leite.
Para eliminar o suposto efeito da reação psicológica e subjetiva da consciência dos animais, experiências foram conduzidas com formas de vida consideradas menos evoluídas; afinal, se essas formas de vida forem suscetíveis às alterações causadas pela música, seria possível provar sua influência direta nos seres vivos em geral. O que se pode comprovar dos efeitos da música sobre a vida não animal? Por mais paradoxal que possa parecer, os efeitos da música no Reino vegetal é um dos métodos mais convincentes para confirmar esse efeito nos seres humanos.
Grupos de pesquisadores descobriram que sementes de trigo submetidas ao crescimento sob determinadas frequências tonais, além de apresentarem desenvolvimento até três vezes superior às sementes do grupo controle (sem exposição aos sons), também germinaram mais depressa, melhor produção de grãos e exibiram resistência às geadas. Estudos semelhantes também mostraram que espécies florais apresentaram diferenças significativas tanto na velocidade e produção de flores, tamanho das raízes, vigor e tempo de vida.
Através desses simples experimentos e outras numerosas pesquisas que investigam os efeitos da música em todos os seres, chegou-se a conclusão que a música é um recurso poderoso; além de ser capaz de despertar respostas emocionais induzindo determinadas sensações, desperta em todos os seres vivos mecanismos benéficos ainda não bem explicados.
Ainda antes de nascermos estamos expostos aos sons, e ele estará presente (até mesmo para deficientes auditivos) durante toda nossa vida. Nem seria necessário dados científicos elaborados, usando tecnologia de ponta, para comprovar este poder fascinante que a música exerce. Nossas próprias experiências cotidianas estão repletas de acontecimentos; por exemplo, quando ouvimos aquela música preferida – sem mesmo saber por que à preferimos, que deixam claro a influência poderosa que a música opera sobre nós.
Ficou curioso sobre o assunto e gostaria de aprender mais? Entre em contato com a Momento Musical e venha vivenciar o poder de transformar relações através da música!
» Felipe Gabriel Andrino
REFERÊNCIAS:
Emotional responses to music: Experience, expression, and physiology. Lunqdvist, L. et al. Article in Psychology of Music 37(1):61-90 · January 2009
Music and the Brain. O´Donnell. L, Article in Revista Eletrônica de Divulgação Científica em Neurociência. Disponível em http://www.cerebromente.org.br/n15/mente/musica.html
O Poder Oculta da Música: A transformação do homem pela energia da música. Tame, D. Ed. Cultrix 1984
O universo infantil e a música são uma combinação que dá muito certo, não é?
Os pequenos adoram descobertas e são abertos para novos métodos de aprendizagem.
Depois de um tempo tendo apenas aulas remotas, a Momento Musical está de volta com as aulas presenciais para crianças a partir de 3 anos (mas as aulas remotas continuam através da nossa plataforma online para quem preferir, ok?). Os bebês e crianças com menos de 3 anos continuarão na Musicalização Infantil de forma remota por enquanto.
Lembramos que as aulas de música para crianças a partir de 6 anos já retornaram desde Agosto. Alunos novos e antigos são muito bem-vindos em aulas de violão, violino, guitarra, bateria, teclado, canto e muitos outros cursos oferecidos pela Momento Musical aqui em Piracicaba.
Nossos alunos já estão a todo vapor por aqui, dá uma olhada!
Você sabia que na infância as etapas de alfabetização podem ser incentivadas com músicas infantis?
Principalmente aquelas em que as palavras são rimadas e repetitivas!
Essas canções ajudam as crianças a entender o significado de cada palavra.
Além disso, a música estimula o raciocínio lógico da criança, aumenta a memória e a concentração, como também potencializa o aprendizado de idiomas.
Assim como todos os outros eventos no corpo humano, ouvir música é o resultado de uma interpretação cerebral, pois a música trabalha e desenvolve os dois hemisférios cerebrais:
1) esquerdo, responsável pela lógica, raciocínio, linguagem, números... tão importante para as aulas de matemática, português, etc.
2) direito, lida com funções intuitivas, imaginativas e criativas. Sendo assim, trabalhamos com a percepção rítmica da criança, com imaginação, história musicada, criação, composição. Por isso é tão benéfica para a vida inteira delas.
Dessa forma, quanto mais rica for a harmonia, como a diversidade de sons graves, médios, agudos, timbres e ritmos, mais estimulado será o cérebro de quem está ouvindo.
Ampliar o repertório das crianças, colocando-as em contato direto com canções com origens, estilos e instrumentos diferentes, é uma ótima forma de exercitar seu cérebro.
Conheça mais de perto a metodologia kids disponível aqui em nossa escola e garanta benefícios exclusivos para seu filho.
Estamos localizados na Avenida Torquato da Silva Leitão, 413 – São Dimas – Piracicaba – SP
Aguardamos sua visita.
Cantar bem significa ter uma voz afinada, ser bom de rítmica, saber passar a emoção da música através da voz e interpretar a canção. Para isso, basta ter a orientação de um profissional capacitado e treinar muito!
No entanto, vale lembrar que a sua voz não ficará igual à do seu cantor preferido, pois cada pessoa tem o seu timbre.
Mas não desanime, toda voz tem o seu encanto!
Por onde começar?
Para dar início a esse sonho, basta começar com o treinamento certo e você pode, quem sabe, até trocar a cantoria do chuveiro pelos palcos!
Para te ajudar nessa, vamos deixar algumas dicas essenciais a seguir.
1 - Ouça
Aprimorar o ouvido é o primeiro passo de todos.
Afinar a voz é um processo lento e um pouco trabalhoso, pois é preciso ouvir, detectar e diferenciar cada nota e emiti-la na frequência certa.
Para desenvolver a percepção auditiva é necessário saber diferenciar notas musicais e ter noção rítmica.
2 - Respire
Respire e observe o ar entrando. Que caminho ele faz?
Exercícios de respiração ajudam a controlar melhor a saída de ar e a manter uma nota por mais tempo.
Quando se tem o controle respiratório, você usa o ar corretamente, sem desafinar ou perder o fôlego.
3 - Malhe
Aprender a cantar é como ir à academia!
É um trabalho de fortalecimento e resistência para os músculos que regem a laringe.
O timbre é determinado por vários fatores, como a dimensão das pregas, fibras elásticas que estão localizadas na laringe.
Por exemplo: pregas vocais longas podem indicar vozes graves, já as curtas indicam vozes agudas.
A Momento Musical pode te guiar
Deixe a gente te ajudar nessa!
Se torne o melhor cantor(a) com um de nossos professores super talentosos e incríveis disponíveis aqui em nossa escola.
Agende sua aula experimental através do nossos contatos: (19) 3371-0458 / (19) 3301-2499 / (19) 99733-1839
Encantar a criança e educa-lá musicalmente sempre foi um desafio para muito educadores. Assim como, realizar aulas diversificadas, de maneira lúdica, para conquistarem a atenção delas.
O papel da música no ensino, e este contato, desde a primeira infância, permite que várias habilidades sejam trabalhadas desde cedo, pois a música é rica em estímulos, contribuindo para o seu desenvolvimento integral (psicomotor, social, cognitivo, linguístico). A música é fonte de prazer e equilíbrio emocional e através dela, as crianças superam medo, vergonha, dificuldade de enfrentar o público, aceitação. Com a Educação Musical é possível também potencializar a alfabetização!
Diante do poder da música, o domínio do educador nesse assunto é imprescindível para desenvolver nas crianças a musicalidade, com atividades diversas, com vasto e rico conteúdo melódico e rítmico, para trabalhar a coordenação motora, atenção, percepção auditiva, percepção rítmica, percepção melódica, memória e concentração. Não é cantar música, como muitos acreditam por não conhecerem este universo, é preciso ter conhecimento em planejamento de atividades que atendam os quesitos pedagógicos e musicais, trabalhando com estímulos adequados para cada fase de desenvolvimento.
Um instrumento de fácil aquisição e prático, escolhido para musicalizar as crianças é a flauta doce! Seu timbre suave e sua capacidade melódica traz uma experiência incrível, fazendo com que as crianças se lembrem por toda a vida desse aprendizado prazeroso. Seus benefícios são inúmeros, tais como:
• controle do sopro e respiração
• auxilia na motricidade
• trabalha a concentração e atenção
• estimula a percepção auditiva
• prepara e aperfeiçoa para o estudo de um instrumento específico
A flauta doce, inserida no conteúdo programático das aulas de música, auxilia para maior familiaridade com o mundo da música, tornando mais rápido e interessante o ensino musical.
Pensando nisso, a Allegro Momento, um projeto incrível da Momento Musical, desenvolveu uma solução que visa auxiliar e orientar os educadores em como trabalhar esse maravilhoso instrumento em sala de aula, ampliando seu repertório e aplicando atividades inovadoras. Tudo de maneira lúdica e prazerosa, prendendo a atenção da criança! Clique aqui e saiba mais sobre “Como Ensinar Flauta Doce de Maneira Lúdica e Prática”.
O violino foi inventado na Itália, na metade do século XVI, e foi baseado em instrumentos antigos de duas e de três cordas. Apenas nos séculos seguintes ele se tornou o instrumento que conhecemos hoje e, assim como os materiais usados em sua construção, o seu design também mudou desde a sua invenção.
Confira a seguir algumas curiosidades sobre esse instrumento:
• Ele é o menor e mais agudo membro da família de cordas da orquestra e tem um timbre brilhante e estridente, mas que também pode ser mais aveludado, dependendo do encordoamento usado e da forma que é tocado.
• Um violino tradicional tem mais de 70 peças de madeira e cada uma é esculpida com muito cuidado, fixada com cola e coberta com camadas de verniz. Quando suas cordas são puxadas ou tocadas com o arco, elas vibram e produzem um som - que é amplificado pelo corpo do instrumento através das aberturas acústicas no tampo que permitem a saída do som até nossos próprios ouvidos. Quanto mais próximos os dedos estiverem do corpo do violino, mais aguda será a nota e vice-versa.
• Muitas pessoas acreditam que esse instrumento só é tocado em orquestras de música erudita, mas ele também é utilizado em diversos outros estilos, como o sertanejo ou o rock.
• A arte de fabricar violinos de primeira classe foi, durante duzentos anos, atributo de três famílias da região de Cremona: Amati, Guarneri e Stradivarius. Os violinos Stradivarius estão entre os mais valiosos do mundo: mais de mil instrumentos, entre eles violinos, violas, violoncelos e outros instrumentos de cordas foram feitos pelo mestre Antonio Stradivarius (1644-1737), mas atualmente restam poucos instrumentos feitos por ele no mundo. Mesmo com as tecnologias existentes, a qualidade dos seus instrumentos nunca foi superada.
E aí, gostou dessas curiosidades? Gostaria de conhecer esse instrumento mais de perto? Então venha para a Momento Musical e tenha uma experiência incrível!
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O transtorno do espectro autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento. Entre suas características estão déficits na comunicação e interação social, padrões de comportamento repetitivos e desenvolvimento atípico. O diagnóstico geralmente é estabelecido por volta dos 2 ou 3 anos de idade.
A música e o autista
A Iniciação Musical é muito importante para o desenvolvimento musical infantil, influenciando tanto na área cognitiva quanto na afetiva, e as crianças autistas não ficam de fora dessa.
Entre os benefícios gerais da Iniciação Musical para a pessoa no espectro autista, podemos citar:
• A motivação da expressão corporal;
• O aumento da concentração;
• A percepção e expressão dos sentimentos;
• Melhora das habilidades sociais.
• O estereótipo do autista de exatas
Existe uma falácia de que todas as pessoas autistas são gênios numéricos capazes de realizar cálculos complexos em questão de segundos. No entanto, assim como qualquer outra pessoa, os autistas não são todos iguais. Alguns realmente são excelentes com números, outros bons com pintura, outros são melhor escrevendo ou praticando esportes e assim por diante.
A música pode ser um interesse intenso da pessoa autista, que gostará de aprender a tocar ou cantar e irá se desenvolver na área. Mas também pode ser apenas um aliado em seu desenvolvimento, auxiliando-a a desenvolver e exercitar habilidades que a ajudarão em diversas áreas da vida.