O que a playlist do seu filho revela sobre a fase emocional que ele está vivendo
Você já percebeu que a música faz parte da rotina do seu filho, seja para relaxar, estudar, se animar ou até extravasar emoções difíceis.
A escolha do repertório musical diz muito sobre o momento emocional que ele está vivendo, principalmente na pré-adolescência e na adolescência, fases de grande transformação.
Ao longo deste texto, vamos entender por que seu filho escolhe determinados gêneros musicais em cada fase, como lidar quando ele prefere letras tristes ou músicas mais agressivas, se ouvir música o tempo todo é realmente normal, além de como os pais podem acolher e conversar sobre essas escolhas de maneira construtiva e amorosa.
Confira!
Por que meu filho muda tanto de gênero musical?
Entendendo as fases emocionais e musicais
Na infância, a música está ligada ao lúdico, ao brincar e ao desenvolvimento motor e cognitivo. Já na pré-adolescência e adolescência, ela passa a cumprir também um papel de expressão de identidade, pertencimento e regulação emocional.
Rock, pop e rap podem surgir em momentos de busca por afirmação, força e segurança. Músicas românticas ou tristes aparecem quando há necessidade de acolher sentimentos de frustração, insegurança ou decepções amorosas. Instrumentais e lo-fi beats podem indicar busca por concentração, relaxamento ou organização interna, especialmente em momentos de prova ou estudos intensos.
Curiosidade: Muitos pais buscam saber se é normal o adolescente trocar tanto de estilo musical. Sim, é absolutamente natural. Essas mudanças refletem as transformações internas que eles vivem diariamente.
Ouvir música o tempo todo faz mal?
Essa é uma das perguntas mais frequentes dos pais: “Meu filho não fica um minuto sem fone de ouvido. Isso é normal?”
De forma geral, ouvir música diariamente faz bem, pois reduz a ansiedade, melhora o foco nos estudos e favorece a expressão de emoções difíceis de verbalizar.
Quando ouvir música demais se torna preocupante?
Quando o uso da música é excessivo a ponto de isolar socialmente, prejudicar o sono ou impedir a comunicação com a família. Nesses casos, a música está sendo usada como fuga extrema, e um diálogo amoroso é necessário para entender o que está acontecendo.
O que fazer quando as letras são tristes ou agressivas?
Como lidar com músicas que falam de tristeza, violência ou dor?
É comum que os pais se preocupem ao ver seus filhos ouvindo músicas com letras tristes, depressivas ou agressivas, mas antes de proibir ou julgar, vale refletir que essa música pode estar ajudando seu filho a elaborar emoções difíceis.
Perguntar com curiosidade e acolhimento, dizendo algo como “O que você gosta nessa música?” ou “Essa música te faz sentir o quê?”, abre espaço para conversas mais profundas.
Sempre que possível, escute junto e aproveite para trazer à tona diálogos sobre os temas abordados, pois muitas vezes esse momento cria oportunidades para falarem sobre sentimentos que ele não saberia expressar de outra forma.
Música, identidade e pertencimento
Na adolescência, a música é também uma forma de criar laços de amizade e sentir que pertence a um grupo. Ao invés de se preocupar excessivamente com o estilo, tente conhecer mais sobre o artista ou banda favorita do seu filho, as playlists que ele cria para cada momento do dia e o que ele sente quando ouve suas músicas preferidas.
Essas conversas aproximam pais e filhos, criando vínculo e confiança.
Isso é bom ou ruim?
Ouvir diferentes gêneros musicais, mesmo que mudem de um dia para outro, faz parte do amadurecimento emocional. O repertório escolhido revela muito sobre o que seu filho está sentindo, pensando ou vivendo.
Como pais, o mais importante é estar presente, manter-se curioso e aberto a escutar não apenas a música, mas também o coração de seus filhos.